segunda-feira, agosto 23, 2004


Os sete pecados visuais

Existem empresários que pensam que sabem tudo a respeito de marketing. Investem pesado na “decoração” de suas lojas e nos materiais de divulgação. Acreditam, por isso, que têm uma profunda preocupação mercadológica e estética.

Não se dão conta de que, apesar de sempre tentarem fazer alguma coisa e até gastarem bastante com isso, acabam não vendendo um conceito positivo e forte de suas empresas. Isso acontece porque nem tudo o que eles fazem apresenta um conceito único, uma identidade visual, ou seja, suas ações não são aplicadas respeitando um padrão visual.

Pequenos pecados diários agem silenciosamente, fazendo com que a identidade da empresa seja aos poucos diluída, enfraquecida, perdendo a força e pior, refletindo a imagem de uma empresa desorganizada, ultrapassada e amadora. Veja a seguir sete dicas simples que irão absorver esses pequenos pecados, largamente praticados por muitas empresas que, ingenuamente, acreditam estar praticando o bem:

- Não seja preguiçoso e invente novas maneiras de divulgar promoções no ponto-de-venda. Será que você não consegue fugir do óbvio, descobrindo algo mais interessante do que apenas entupir sua loja com cartazes promocionais pendurados em tudo quanto é lugar?

- Seja esperto e não desperte a ira dos deuses da estética e do marketing, desrespeitando a tipologia, as cores ou as proporções da marca de sua empresa. Afinal de contas, por que um belo dia você pagou a uma empresa para que criasse sua marca, cercada de todos os cuidados necessários contidos em bom manual de marca?

- Não seja avarento na hora de optar por um orçamento. Lembre-se de que tudo que é bom tem seu valor. Portanto na hora de decidir, pense qual será o custo versus benefício de um investimento e não apenas em escolher o mais barato. Por que você acha que a gente vê tanta coisa feia quando andamos pelas ruas, como letreiros em fachadas e frotas pintados à mão e outras pérolas da anti-comunicação?

- Não seja guloso, querendo todo o espaço para si mesmo. Comunicações exageradas acabam funcionando contra. Entupindo os esgotos da cidade com toneladas de panfletos jogados nos bueiros ou congestionando visualmente a cidade com faixas e placas sinalizadoras espalhadas pelas ruas, sua empresa até pode se tornar conhecida, mas não exatamente da forma que dá dinheiro.

- Não seja invejoso. Resista à tentação de copiar o que os outros fazem, alegando que isso é pesquisa de tendências. Não é porque uma empresa vizinha tem um luminoso gigante, com luzes vermelhas, letras douradas com um coração que muda de cor, que sua empresa tem de ter um igual. Lembre-se de que a linha de comunicação das empresas nem sempre é a mesma. Principalmente se a empresa vizinha é um restaurante e a sua, uma livraria.

- Não seja orgulhoso, seja exigente. Admita que o trabalho da gráfica que você exigiu que contratassem não é admissível. Ou você acha certo aceitar que deformem a marca ou que apliquem o logotipo com cores diferentes só porque a tal gráfica que você recomendou não possui as tintas especificadas?

- Não se deixe levar pela luxúria. Golpes baixos procurando atingir clientes abaixo da cintura podem até funcionar na hora, mas a imagem da empresa fica comprometida. Para que a comunicação seja eficaz, deve apresentar uma mesma linguagem, um conceito único e claro, não ser apelativa. De que adianta colocar uma passista da escola de samba vestida com duas fitas do Senhor do Bonfim rebolando e desfilando no stand da sua empresa, se na capa do folder, estampa a foto da Rainha Elizabeth e o seu produto é destinado a matar a fome das crianças da Etiópia?

Veja bem se a comunicação visual de sua empresa está sendo feita com olhos clínicos. Analise se a imagem da sua empresa não está sendo vítima de uma comunicação sem padrão e não pense que esses pequenos pecados são exclusivos de pequenas empresas. Existe muita empresa grande que, apesar de investir fábulas na mídia, pecam na hora da venda, e seus vendedores não dispõem de cartões ou blocos de anotações com o logotipo e as demais informações atualizadas para anotar preço, código, nome e telefone da empresa para o cliente.

Então, eles rasgam um pedaço de papel, escrevem alguns garranchos e entregam satisfeitos e sorridentes. A imagem concreta que se guarda da tal empresa é um pedaço de papel rasgado e rabiscado. Cuidado! Você pode não estar atento, mas lembre-se, seus clientes estão!

materia de Luiz Renato Roble é diretor de Criação da Datamaker Designers.

posted by Iris @ 9:03 PM

1 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Nota 10 para o blog, Tygra!
Conheci através da comunidade de design do Orkut e já virei leitor assíduo!

Roberto Fernandes
http://www.fatordigital.com.br

3:43 PM

 

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